"The Zone of Interest" (Jonathan Glazer)(2023)(105')(1,78:1)[****]
O longa conta a história do lar do comandante do campo de concentração de Auschwitz durante o auge do holocausto durante a segunda guerra mundial. Os horrores cometidos ali diariamente não são mostrados em tela mas são referidos através do espetacular trabalho de som do longa (note que um mera mureta separava o jardim da residência e o pátio do campo). O filme é realizado como uma espécie de documentário "fly on the wall" da família, utilizando-se de diversas câmeras distribuídas pela casa e operando ao mesmo tempo. Não existe espaço para dramatizações, muito menos para sentimentalismos, os nazistas são retratados como uma família absolutamente comum que encara como rotineiras as inclementes atrocidades do outro lado da cerca. Essa atitude do diretor (Jonathan Glazer) convida a uma reflexão presente e não necessariamente histórica, como poderíamos antecipar, e esse é o grande trunfo da narrativa. Glazer é disciplinado e rigoroso em toda a sua abordagem, permitindo-se apenas um único fio de esperança, na figura histórica de uma adolescente polonesa que todas as noite saia de bicicleta e deixava maçãs nos postos de trabalho dos judeus... Dentre todos os filmes que tiveram grande visibilidade em 2023, Zone é o seu destaque maior.
O longa conta a história do lar do comandante do campo de concentração de Auschwitz durante o auge do holocausto durante a segunda guerra mundial. Os horrores cometidos ali diariamente não são mostrados em tela mas são referidos através do espetacular trabalho de som do longa (note que um mera mureta separava o jardim da residência e o pátio do campo). O filme é realizado como uma espécie de documentário "fly on the wall" da família, utilizando-se de diversas câmeras distribuídas pela casa e operando ao mesmo tempo. Não existe espaço para dramatizações, muito menos para sentimentalismos, os nazistas são retratados como uma família absolutamente comum que encara como rotineiras as inclementes atrocidades do outro lado da cerca. Essa atitude do diretor (Jonathan Glazer) convida a uma reflexão presente e não necessariamente histórica, como poderíamos antecipar, e esse é o grande trunfo da narrativa. Glazer é disciplinado e rigoroso em toda a sua abordagem, permitindo-se apenas um único fio de esperança, na figura histórica de uma adolescente polonesa que todas as noite saia de bicicleta e deixava maçãs nos postos de trabalho dos judeus... Dentre todos os filmes que tiveram grande visibilidade em 2023, Zone é o seu destaque maior.
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