terça-feira, 12 de agosto de 2025

TECLADISTAS (EM GERAL)

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EM ORDEM CRONOLÓGICA APROXIMADA...

01. Chick Corea
02. Joe Zawinul
03. Ray Manzarek
04. Ian Underwood
05. Keith Emerson
06. Rick Wakeman
07. George Duke
08. Gregg Rolie
09. Jon Lord
10. Kerry Minnear
11. Dave Stewart
12. Tony Banks
13. Jan Hammer
14. Peter Bardens
15. Eddie Jobson
16. Patrick Moraz
17. Robin Lumley
18. Allan Zavod
19. Jens Johansson
20. Derek Sherinian
 
01. Chick Corea
02. Joe Zawinul
03. Ray Manzarek
04. Ian Underwood
05. Keith Emerson
06. Rick Wakeman
07. George Duke
08. Gregg Rolie
09. Jon Lord 
10. Kerry Minnear
11. Dave Stewart
12. Tony Banks
13. Jan Hammer
14. Peter Bardens
15. Eddie Jobson
16. Patrick Moraz
17. Robin Lumley 
18. Allan Zavod
19. Jens Johansson
20. Derek Sherinian
 
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Outros nomes favoritos (20): Kevin Moore ,  Michael Pinella , Tommy Mars , Ken Hensley  , Richard Wright , Don Airey , Thijs van Leer , Scott Kinsey , Richard Barbieri , Rick Davies & Roger Hodgson , Steve Walsh & Kerry Livgren , John Evan , Hugh Banton , John Tout , Matthew Fisher , Terry "T" Lavitz , Flavio Premoli ,  Edgar Froese & Christopher Franke  & Peter Baumann , Mike Ratledge , Tom Coster. 
 
Outros grandes nomes (20): Billy Preston , Tony Hymas , Donald Fagen , Steve Winwood , Brian Eno , Brian Ferry , Edgar Winter , Vincent Crane , Manfred Mann , Vangelis ,   Keith Jarrett (*) , Herbie Hancock , Alan Pasqua ,  Mark Stein , Trent Reznor , David Sancious , Max Middleton , Bernie Worrell , Greg Allman, Jordan Rudess. 
 
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segunda-feira, 11 de agosto de 2025

THE BEAR SEASON 04 (2025)

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01 Groundhogs [***]
02 Soubise [**1/2]
03 Scallop [***1/2]
04 Worms [**1/2]
05 Replicants [***]
06 Sophie [***]
07 Bears [****]
08 Green [***]
09 Tonnato [***1/2]
10 Goodbye [***1/2]
 
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CAMEL (1973-1978)

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01 1973 Camel [****]
02 1974 Mirage [****]
03 1975 The Snow Goose [****]
04 1976 Moonmadness [****]
05 1977 Rain Dances [***]
06 1978 A LIVE Record [****]

- Andy Latimer / guitars, flute, vocals
- Peter Bardens / keyboards, vocals
- Doug Ferguson / bass, vocals [01-04][06]
- Andy Ward / drums, percussion

- Mel Collins / Goodwind [05-06]
- Richard Sinclair / bass, vocals [05-06]

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domingo, 10 de agosto de 2025

ALIEN: EARTH S1 (2025)

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01 Neverland [***]
02 Mr. October [***]
03 Metamorphosis [***]

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01/02 "Neverland/Mr. October": No coração da nova série jaz uma menina recém reencarnada Marcy Hermit querendo se reconectar com o seu irmão Joe que trabalha num lugar limítrofe entre vida e morte (em delicados flashbacks vemos a principal força criativa da série, Noah Hawley o estupendo showrunner de Legion e de Fargo, interpretando, sim ele mesmo, o falecido pai dos meninos)... Boy Kavalier é o genial dono da Prodigy (a mais jovem das cinco mega corporações que dominam em 2120 a terra e o sistema solar colonizado). Ele e a sua equipe desenvolveram um procedimento revolucionário e ainda secreto de transferir as consciências de crianças com doenças terminais para super corpos adultos sintéticos (imortais a menos de agressores externos superiores). Kavalier é (além de assustadoramente inteligente) obcecado pela história de Peter Pan, vendo a si mesmo como o personagem titular, com Marcy se tornando a sua Wendy e a primeira leva de crianças terminais que chega a sua ilha (ilha essa chamada de Neverland por falar nisso), completando os seus demais "Garotos Perdidos"... Além desses novos sintéticos com mentes de crianças, existem neste universo: os sintéticos tradicionais (para a franquia Alien) com mentes de IAs e ainda meros humanos com implantes cibernéticos (Cyborgs). 
 
Enquanto isso a Maginot, uma nave de pesquisa  da Weyland-Yutani (a megacorporação vilã padrão da franquia), voltando do espaço profundo trazendo uma carga de Xenomorfos e outros perigosos animais alienígenas, cai em uma das cidades da Prodigy... O pelotão paramilitar que tem Joe como paramédico é enviado para o local para ajudar (a nave acertou em cheio um conjunto de prédios)...  A bordo da nave acidentada, o seu sobrevivente chefe de segurança Morrow (um Cyborg) procura a todo custo (conflitando com quem aparecer pelo caminho) capturar os animais que escaparam, especialmente um Xenomorfo... Kavalier envia os "Garotos Perdidos" (com o supervisor diretor deles, o sintético Kirsh) para o mesmo local para checar a carga da concorrente (e a população da sua cidade, não necessariamente nessa ordem) (ele também antecipa um conflito direto e aberto com a Weyland-Yutani pela carga que ele já percebe como muito especial durante a missão)... Os irmãos enfim se reconectam mas o Xenomorfo tem outros planos para Joe.

Uma coisa fica clara no balanço usual da franquia alien entre CyberPunk X Terror Cósmico, a primeira componente dominou nestes dois primeiros episódios. Além das didaticamente estabelecidas três possíveis formas de trans-humanismo, de toda a história das crianças, do Kirsh parecer muito com o Roy Batty de  Blade Runner (risos) etc. A atitude das corporações entre elas, com o mundo e principalmente com a população é deveras característica... Alta Tecnologia. Baixo Padrão de vida! De Fato!

Kavalier criou Wendy por uma vazio existencial, por não ter alguém com quem conversar que fosse mais inteligente do que ele. Criou também como uma resposta humana as IAs. Dois lugares interessantes para se caminhar narrativamente. Wendy já surpreende o "garoto gênio" (e ela mesma) desde pelo menos o segundo episódio (e curiosamente já se estabelece uma ponte auditiva  dela com o Xenomorfo aparentemente) e vemos grande potencial na protagonista... Agora, quanto aos demais "Garotos Perdidos" em si, o caminho parece levar a uma tragédia (eles já "nascem" com essa sugestão no ar)... Aliás a presença deles em campo parece ser o ponto mais preocupante da série até aqui (É uma escolha arriscada de Hawley!).

Levando em conta o universo estabelecido ficam no ar possibilidades mil para "personagens mascarados": humanos que não são humanos e agentes infiltrados de toda sorte são apenas as ideias mais óbvias... Por exemplo: O que fez a Maginot cair? Já existem pistas mas esperamos um flashback próprio em algum momento. Qual foi a participação de Morrow  nessa queda? Como Morrow pode ser tão preparado para lidar com os Xenomorfos? Por qual motivo ele arrisca tudo e todos para a sua missão e em que termos? Será ele o "Capitão Gancho" (notem que ele tem um braço biônico) para o "Crocodilo Tic-Tac" do Xenomorfo?

A série é fantástica visualmente com valores de produção impecáveis e de muito bom gosto... Partindo da virtuosa reconstrução da Maginot (IMAGEM + ATMOSFERA + FEEL) como uma nave irmã da Nostromo (a nave do filme Alien 1979), eles criam um fluxo de imersão para toda a série dentro da franquia mantendo em toda a parte a mesma estética retro futurista (respeitando-se obviamente as convenções do CyberPunk)... A direção trata de forma muito inteligente a exposição, seguindo com um contido uso de flashbacks e economia em geral via elipses (basta examinar a sequência dos nascimentos de todos os demais "Garotos Perdidos" como um plano longo)... Existe também todo um "Cacoete Impressionista" (além de um dialeto de fusões de imagens) que perpassa toda  a produção e é muito bem resolvido pela montagem.

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03 "Metamorphosis":  Retomando do episódio passado, o Xenomorfo prende Joe com a sua secreção salivar para servir de isca para Wendy. Especulamos que a "frequência" dos Xenonorfos que Wendy "ouve" permite que o Xenomorfo também a perceba como algo ou alguém diferente. O que aparentemente faz o alienígena oscilar em atitude em torno dos Hermit mas eventualmente os dois caem na porrada dentro de um elevador de carga fechado (fora da vista do espectador), com Wendy degolando o oponente Xenomorfo. Mas isso tem um preço e os dois irmãos ficam entre a vida e a morte... De volta a nave caída e ao ninho de alienígenas, Slightly e Smee que montam guarda por lá são abordados por Morrow que tem a correta intuição sobre o que os meninos de fato são. Morrow mostra que possui outras partes biônicas além do braço esquerdo e esvazia a Base de Dados da nave. Com a chegada de Kirsh, Morrow se vê inferiorizado numericamente (além de ser o único humano em um ninho de Xenomorfos) e foge pela cidade. Sem mais obstáculos, Kirsh e companhia transportam a todos e a todos os materiais sensíveis de volta para a ilha (ele já tinha acessado a Base de Dados da nave antes de Morrow).

(Especulamos que o Xenomorfo reconheceu Joe de antes  e o julgou uma ameaça para os ovos. Depois que os dois caíram ele sentiu a perseguição veloz de Wendy e montou a sua armadilha bastante desconfiado sobre o que ou quem ela é de fato.)

(Especulamos que o Xenomorfo ouviu os ovos e não os sensores de movimento a laser. Exatamente como Wendy ouviu os ovos neste terceiro episódio.)

(O casal Sylvia, que toma conta clinicamente das crianças,  e o próprio Kirsh criticam o risco que Kavalier tomou com os "Garotos Perdidos" (que representam literalmente dez anos de pesquisa revolucionária) em campo e em trazer tantos materiais perigosos e desconhecidos para a ilha de uma só vez... Comentaristas de Internet já especulam que esse será o fim de Kavalier, da sua tecnologia revolucionária e da própria Prodigy, não sendo mencionados em produções cronologicamente posteriores da franquia.)

(Destaque da direção para o sublime retorno do pessoal da Prodigy para Neverland. Música e montagem se mesclam perfeitamente capturando a descompressão pós aventura. Bravo!)
 
Já vemos uma clara divisão entre os seis "Perdidos": Wendy é  a mais destemida e heroica e ainda que com o (aparentemente) mesmo hardware, claramente apresenta habilidades extras em relação aos demais (Qual a razão disso?).  Nibs é a que mais tem problemas de identidade e de desapego a sua existência pregressa fora o trauma com o "Octo-Olho" alienígena do episódio passado (A tragédia dos "Perdidos" começará com ela?). Slightly e Smee são os mais infantis e vulneráveis (*). Tootles e Curly tem hiper foco no trabalho e no seu super desenvolvimento físico e intelectual (Curly inclusive afirma cara a cara querer ganhar o favoritismo de Kavalier dentre os seis.) (Nibs e Curly irão eventualmente trocar de lugar quanto a questão emocional?) ... Além de existir a sugestão de algo mais ambíguo e/ou sombrio com relação a Kirsh.

Na sequência final, Kirsh (com o auxílio de Tootles e de Curly) manipula diretamente um FaceHugger (no laboratório dedicado a eles) e aparentemente extrai dele o embrião do Xenomorfo, enquanto isso Wendy acorda do seu "coma" (na enfermaria) perturbada pela "frequência" dos Xenomorfos e (em outro local) cirurgiões operam Joe e extraem um dos seus pulmões (?!)... Wendy (com os sentidos sobrecarregados) acaba por colapsar na porta do laboratório sem a aparente  intervenção dos demais no momento e vemos Kirsh inserir o embrião no pulmão de Joe mantido agora em uma espécie de receptáculo biológico (???!!!)... (Essas ações  são realizadas com autorização de Kavalier que descobrimos ser fisicamente humano.) (Essas ações podem receber alguma reorganização temporal no episódio seguinte.)

(Esse pulmão será recolocado em Joe ou é só um experimento em um pulmão danificado que teria que ser trocado por um órgão artificial de qualquer maneira? Ou, em outras palavras, a monstruosidade de Cavalier que sabemos que está lá, já vai começar a aparecer agora ou vai esperar mais um pouco?)
 
Vemos ainda (durante o episódio)  Morrow se comunicar com a Yutani neta da Yutani que o contratou diretamente (a missão da Maginot durou cerca de 65 anos e ele não tem mais ninguém vivo além dos bichos alienígenas) (e a nave foi de fato sabotada por alguma força ainda a ser revelada. Por uma das outras três companhias talvez?) e ele se recusa a voltar para o QG da WY, querendo ele mesmo recuperar os animais ((*) e para isso ele conta com o bug que ele implantou secretamente em Slightly  que permite comunicação estilo "vozes na cabeça" com o rapaz. O que sairá disso?)
 
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sexta-feira, 25 de julho de 2025

STAR TREK: DS9 S6 (1997-1998)

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01 A Time to Stand [****]
02 Rocks and Shoals [****]
03 Sons and Daughters [**]
04 Behind the Lines [***1/2]
05 Favor the Bold [***1/2]
06 Sacrifice of Angels [***]
07 You Are Cordially Invited [**1/2]
08 Resurrection [**]
09 Statistical Probabilities [***1/2]
10 The Magnificent Ferengi [**1/2]
11 Waltz [***1/2]
12 Who Mourns for Morn? [**]
13 Far Beyond the Stars [****]
14 One Little Ship [**]
15 Honor Among Thieves [**1/2]
16 Change of Heart [**1/2]
17 Wrongs Darker Than Death or Night [***]
18 Inquisition [****]
19 In the Pale Moonlight [****]
20 His Way [***]
21 The Reckoning [***]
22 Valiant [**1/2]
23 Profit and Lace [ZERO]
24 Time's Orphan [**]
25 The Sound of Her Voice [**]
26 Tears of the Prophets [***1/2]

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MOTORHEAD (1977-1983)

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OS TRÊS AMIGOS:

Lemmy , Phil e Eddie
 
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OS ÁLBUNS:
 
1977 - Motorhead [***]
1979A - Overkill [****]
1979B - Bomber [****]
1980 - Ace Of Spades [****]
1981 - No Sleep 'til Hammersmith LIVE [****]
1982 - Iron Fist [***]
 
1983 - Another Perfect Day [***1/2]

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OS CRÉDITOS:


- Lemmy Kilmister / vocais e baixo
- Eddie Clarke / guitarra [01-06]
- Phil Taylor / bateria

- Brian Robertson /
guitarra [07]

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COMENTÁRIOS:
 
Período clássico que não só definiu a banda inglesa como praticamente inventou um gênero próprio. Os anos de 1977 a 1983 foram uma montanha-russa de caos, rock 'n' roll puro e sucesso.

Este período é abençoado pela formação dos "Três amigos":

Lemmy Kilmister (baixo e vocais) - Coração, alma e uma voz gutural toda particular.

"Fast" Eddie Clarke (guitarra) - O feeling de blues e o braço "rápido".

Phil "Philthy Animal" Taylor (bateria) - A força destrutiva e tribal por trás do kit.
 
Linha do Tempo e Marcos Principais (1977-1983):

1977 Lançamento do álbum de estreia homônimo, Motörhead... Gravado em 1976 (como On Parole) e com uma formação diferente (Larry Wallis na guitarra e Lucas Fox na bateria), foi considerado "inaudível" pela gravadora, que se recusou a lançá-lo (até oportunisticamente fazê-lo em 1979 com o sucesso de Overkill/Bomber). Lemmy, Eddie e Phil regravaram quase todas as faixas do original e salvaram um disco de estreia dali. Já se anunciava o que estava por vir.
 
1979 O ponto de virada da banda... Lançamento de Overkill (março) e de Bomber (outubro). Esses dois álbuns são a fundação do legado do grupo. Overkill introduziu o histórico trabalho de dois bumbos de Phil (na faixa título), algo extremamente influente para o que viria a ser o speed e o thrash metal (ao lado de nomes contemporâneos da bateria pesada como Cozy Powell do Rainbow e Les Binks do Judas Priest).

1980 O seu ápice comercial e crítico... Lançamento de Ace of Spades (novembro). O álbum é uma obra-prima do rock pesado em alta velocidade. A faixa título se tornou o hino indiscutível da banda e um dos riffs de baixo mais reconhecíveis do planeta.

1981 O auge ao vivo... Lançamento do lendário álbum No Sleep 'til Hammersmith (junho). Captura perfeitamente a energia crua e avassaladora do Motörhead nos palcos. Alcançou um grande sucesso, provando que a sua música, apesar de incrivelmente barulhenta e agressiva, tinha um inegável apelo massivo... A melhor introdução possível ao som da banda (com as versões das suas canções ao vivo superando com sobras as suas contrapartes de estúdio).

1982 Mudanças e tensões... Lançamento de Iron Fist (abril). Embora um álbum sólido, muitos fãs e a própria banda sentiram que não havia atingido o brilho de seus antecessores (boas canções com uma produção claudicante parece ser o consenso). As tensões internas, especialmente entre Eddie Clarke e os outros dois músicos, estavam no auge. Eddie deixa a banda durante a turnê de Iron Fist (não havia sido a primeira "saída" do guitarrista mas foi então a definitiva).

1983 O fim de uma era... Com Brian "Robbo" Robertson (vindo do Thin Lizzy) na guitarra agora, a banda lança Another Perfect Day. Um álbum divisivo, com um som mais melódico e complexo devido ao estilo mais limpo de Robbo. Musicalmente interessante, mas não soava como o Motörhead clássico para muitos (NOTA: Esta Castanha o considera um álbum diverso e historicamente injustiçado). PhilTaylor deixa a banda pouco depois, encerrando oficialmente a era de ouro (com Lemmy sozinho tendo que reformar a banda a partir do zero).
 
Características Sonoras e Musicais do Período Citado:

O som do Motörhead clássico é uma criatura única, um híbrido de três estilos:

1.  Velocidade do Punk Rock: A atitude e a energia crua e acelerada vinham diretamente da cena punk. Eles eram mais rápidos que quase qualquer banda de rock pesado da época.
 
2. Peso do Heavy Metal: O volume, a distorção e a atitude "somos mais pesados do que todos" influenciariam diretamente a nova onda do metal britânico (NWOBHM) e, depois, o speed e o thrash metal.
 
3.  Alma do Rock 'n' Roll Clássico: No fundo, Lemmy sempre insistiu que o Motörhead era uma banda de rock 'n' roll (apesar disso ser uma afirmação pouco intuitiva para alguns). Mas a sensibilidade blues de Eddie Clarke e as estruturas simples e diretas das músicas comprovam isso paradoxalmente.

A trinca de músicos era perfeita para a proposta da banda:
 
Lemmy tocava o seu baixo RickenBaker como uma guitarra base, usando cordas especiais e grande distorção (que potencializavam o timbre natural característico e agressivo de tal instrumento), criando uma parede de médios que era o alicerce do som da banda (uma das sonoridades mais instantaneamente reconhecíveis de todo o rock pesado em todos os tempos)... Sua voz também era prontamente identificável (virtualmente inconfundível!), muito agressiva mas (curiosamente) com uma atitude geral um tanto relaxada e até bastante compreensível liricamente.

Eddie era o contraponto perfeito para esse líder carismático: Seus solos eram cheios de feeling, blues e melodia, evitando o excesso de técnica pela técnica (não que fosse algum virtuoso do instrumento apesar do apelido "Fast").

Phil era um furacão (ou seria um "animal"?). Sua bateria era barulhenta, caótica e incrivelmente poderosa, muitas vezes usando dois bumbos, sendo um dos pioneiros do seu consistente uso no rock pesado. Um herói do estilo por vezes injustamente esquecido historicamente.
 
Legado e Influência:

A importância do Motörhead neste período (especialmente) é impossível de exagerar.:
 
Ponte entre o Punk e o Metal: Eles eram a única banda aceita e respeitada pelas duas tribos igualmente. Metallica, Slayer, Anthrax e Megadeth entre outros (e virtualmente todos os fãs de thrash metal) citam o Motörhead como uma influência fundamental.
 
NWOBHM: Eram a referência (ao lado do Judas Priest) para tal movimento. Mais velhos, mais experientes e mais *rock 'n' roll* que todos, eles de fato pavimentaram o caminho para bandas como Iron Maiden e Saxon.

ATITUDE: A filosofia do Motörhead era "não se importar com o que os outros pensam". Eles eram eles mesmos, 100% do tempo. A imagem de couro, ferro e suor tornou-se icônica. Viraram sinônimo de naturalidade e de autenticidade na cena metal... E como eles gostavam de estar na estrada em turnê.
 
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Descansem em Luz, irmãos. E obrigado por tudo: 

Ian Fraser Kilmister (24/12/1945 – 28/12/2015)

Edward Allan Clarke (5/10/1950 – 10/01/2018)

Philip John Taylor (21/09/1954 – 12/09/2015)

 
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AC/DC (1976-1981)

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 ÁLBUNS:
 
1976A High Voltage [***]
1976B Dirty Deeds Done Dirt Cheap [***]
1977 Let There Be Rock [****]
1978A Powerage [****]
1978B If You Want Blood...  LIVE [****]
1979 Highway to Hell [****]
1980 Back in Black [****]
1981 For Those About To Rock [***1/2]

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PESSOAL:

- Bon Scott / Vocais [01-06]
- Brian Johnson / Vocais [07-08]

- Angus Young / Guitarras
- Malcolm Young / Guitarras Base e Vocais de Apoio
- Phil Rudd / Bateria

- Mark Evans / Baixo e 
Vocais de Apoio [01-03]
- Cliff Williams / 
Baixo e Vocais de Apoio [04-08] (*)

(*) Completando a formação clássica por três álbuns [04-06]

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O PICO DA BANDA
 
A fase de 1976 a 1981 da banda AC/DC não é apenas a sua "Era de Ouro", ELA é um dos períodos mais explosivos, influentes e definidores da história do rock and roll. Foi uma época de tragédia imensa, mas também de resiliência absoluta e de uma produção musical que se tornou sinônima de hard rock (se tornando meio que "o fato" só que "após o fato", algo extraordinário).

Vamos mergulhar nos detalhes...
 
O Contexto: A Consolidação de uma Máquina de Rock

No início de 1976, o AC/DC já havia estabelecido sua identidade visual (o uniforme escolar de Angus Young) e sonora (rock and roll cru, potente e pesado com riffs inesquecíveis) na Austrália. O desafio era conquistar o mundo. A mudança para o Reino Unido e a assinatura com a Atlantic Records foram os primeiros passos cruciais.

A combinação do espírito rebelde e malandro de Bon Scott com os riffs impecáveis e pesados dos irmãos Young e a bateria grooveada de Phil Rudd era simplesmente perfeita.

### A Trilogia Atômica (1976-1979): O Apogeu com Bon Scott

Esta sequência de três álbuns é considerada por muitos a trilogia perfeita do rock.

1.  **Dirty Deeds Done Dirt Cheap (1976)**
    *   **Importância:** Embora tenha sido lançado internacionalmente apenas após a morte de Bon, este álbum capturou a atitude irreverente e "suja" da banda em seu estado mais puro.
    *   **Hits:** A faixa-título se tornou um hino de rebeldia, "Big Balls" é uma aula de humor de duplo sentido, e "Jailbreak" uma mini-epopeia rock and roll.

2.  **Let There Be Rock (1977)**
    *   **Importância:** Este foi o álbum onde o AC/DC decidiu ser MAIS PESADO, MAIS ALTO e MAIS CRU. A produção é menos polida, e a energia é visceral.
    *   **Hits:** "Whole Lotta Rosie" (sobre uma fã... volumosa), o título épico "Let There Be Rock" e "Problem Child" solidificaram o som de arena da banda. A guitarra de Angus aqui é puro fogo.

3.  **Powerage (1978)**
    *   **Importância:** Considerado o álbum favorito dos fãs mais hardcore e de muitos críticos. É o mais "bluesy" e complexo musicalmente da era Bon Scott, com o baixo de Cliff Williams finalmente entrando na mixagem.
    *   **Hits:** "Rock 'n' Roll Damnation", "Sin City" e a perigosamente grooveada "Riff Raff". A faixa "Down Payment Blues" mostra uma letra mais sóbria e social de Bon.

### O Ápice: Highway to Hell (1979)

Se a trilogia anterior construiu a base, **"Highway to Hell"** foi a explosão que levou a banda ao estrelato mundial absoluto.

*   **Produtor: Mutt Lange.** A contratação do produtor foi um golpe de gênio. Lange manteve a energia crua da banda, mas poliu as arestas, dando aos vocais de Bon e aos riffs um punch sonoro inédito que conquistou as rádios sem perder a alma.
*   **Sucesso Comercial:** Foi o primeiro álbum da banda a chegar ao Top 100 dos EUA, eventualmente vendendo milhões de cópias.
*   **Hits Imperecíveis:** A faixa-título "Highway to Hell" é possivelmente o maior hino de rock de todos os tempos. "Girls Got Rhythm", "Touch Too Much" e "If You Want Blood (You've Got It)" são igualmente monstruosas.
    O álbum era uma celebração do estilo de vida rock and roll, e Bon Scott era seu poeta laureado, no auge de sua forma.
 
A Tragédia e a Transição: 1980

Em 19 de fevereiro de 1980, após uma noite de bebedeira pesada em Londres, Bon Scott foi encontrado morto em um carro. A causa oficial foi "intoxicação alcoólica aguda" listada como "morte por acidente".

O mundo do rock parou. A banda perdeu não apenas seu vocalista, mas seu rosto, sua personalidade e seu letrista. A pergunta era óbvia: o AC/DC continuaria?

Contra todas as expectativas, os irmãos Young decidiram que Bon teria querido que a banda continuasse. Após uma audição, escolheram então o Inglês Brian Johnson, ex-vocalista do Geordie, cuja voz potente e aguda impressionou Angus e Malcolm.
 
O Renascimento: Back in Black (1980)

Lançado em julho de 1980, apenas cinco meses após a morte de Bon Scott, Back in Black é talvez o maior ato de resiliência da história do rock pesado:

=> A capa totalmente preta era um tributo solene a Bon Scott;

=> Brian Johnson não tentou imitar Bon, ele trouxe sua própria persona de uma espécie de herói da classe trabalhadora e uma voz que era sim (ao seu modo) poderosa o suficiente para preencher tamanho vazio;

=> Com Mutt Lange novamente na produção, o álbum soa colossal. Cada riff de Malcolm, cada solo de Angus, cada nota da bateria de Phil Rudd é (sem exagero) perfeito;

=> As faixas são uma sucessão de hinos: a sinistra badalada de sino em Hells Bells, o riff mais reconhecível do mundo na faixa título, o groove de You Shook Me All Night Long (que se tornou seu maior sucesso em rádios pop) e a brutalidade melódica de Shoot to Thrill.
    
=> Back in Black não é apenas o ápice da fase de ouro da banda é um dos álbuns mais vendidos de todos os tempos, um monumento ao rock pesado e um testamento eterno ao espírito de Bon Scott.

### O Epílogo: For Those About to Rock (1981)

Para encerrar este período, em 1981 a banda lançou **"For Those About to Rock (We Salute You)"**.

*   **Sucesso:** O álbum foi um sucesso comercial imediato, chegando ao **número 1** nos EUA, solidificando o AC/DC como a maior banda de rock do planeta naquele momento.
*   **Hino Final:** A faixa-título, com seus 21 canhões de verdade disparando ao vivo, se tornou o clímax absoluto de todos os shows do AC/DC dali em diante, um hino de celebração e poder.

### Resumo do Legado desta Era de Ouro (1976-1981):

1.  **Definição do Hard Rock:** Estes álbuns criaram o manual do hard rock: riffs simples mas inesquecíveis, solos cheios de feeling, uma seção rítmica imbatível e letras sobre rock and roll, mulheres e rebeldia.
2.  **Dois Vocalistas Lendários:** A fase abrange o auge de Bon Scott, um dos frontmen mais carismáticos de todos os tempos, e a introdução bem-sucedida de Brian Johnson, um feito considerado impossível.
3.  **Resiliência Inigualável:** A capacidade de transformar uma tragédia avassaladora na maior obra-prima da carreira é uma história de lenda.
4.  **Álbuns Atemporais:** *Let There Be Rock*, *Powerage*, *Highway to Hell* e *Back in Black* formam uma sequência de discos que continuam a influenciar gerações de bandas e a ser descobertos por novos fãs.

Em resumo, a fase de 1976 a 1981 do AC/DC foi um furacão de energia pura, talento bruto, tragédia e triunfo absoluto. Foi o período em que cinco (ou seis) australianos e um britânico conquistaram o mundo e, no processo, gravaram seu nome na pedra fundamental do rock and roll.
 
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segunda-feira, 14 de julho de 2025

IRONHEART S1 (2025)

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01 Take Me Home [*]
02 Will the Real Natalie Please Stand Up? [*]
03 We in Danger, Girl [*]
04 Bad Magic [*]
05 Karma's a Glitch [*]
06 The Past Is the Past [**]   
 
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Comentário: A pior série em muito tempo (em qualquer gênero)... Em poucas batidas ela viola o mundo estabelecido pelos dois primeiros Iron Man para que a sua trama como proposta funcione nos seus termos, ou seja, para que a sua protagonista vá do MIT para um bando de criminosos em menos de um episódio (desafiando a lógica mais básica)...  A titular personagem prossegue então pulando de uma decisão ruim para uma pior (e prejudicando várias pessoas nesse processo) e finalmente faz um literal pacto com o capeta (e não estamos brincando quanto a isso!)... Culminando sem mostrar crescimento, arrependimento ou amadurecimento enquanto o seu míope entorno ficcional a chama de "complexa".
 
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ANTHRAX (1984-1993)

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01 Fistful Of Metal [**1/2]
02 Spreading The Disease [****]
03 Among The Living [****]
04 State Of Euphoria [***1/2]
05 Persistence Of Time [***1/2]
06 Sound Of White Noise [***1/2]

PESSOAL:

Charlie Benante / drums
Scott Ian / rhythm guitar
Dan Spitz / lead guitar

Neil Turbin / vocals [01]
Joey Belladonna / vocals [02-05]
John Bush / vocals [06]

Danny Lilker / bass [01]
Frank Bello / bass and backing vocals [02-06]

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sábado, 12 de julho de 2025

STRANGE NEW WORLDS SEASON 03 (2025)

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01 Hegemony, Part II [**1/2]
02 Wedding Bell Blues [*]
03 Shuttle to Kenfori [*]
04 A Space Adventure Hour [*]
05 Through the Lens of Time [***]
06 The Sehlat Who Ate Its Tail [**]
07 What is Starfleet? [**]
08 Four-and-a-Half Vulcans [NA]
09 Terrarium [NA]
10 New Life and New Civilizations [NA]
 
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01 "Hegemony, Part II":  Como um episódio que usa partes de estoque competentemente ele funciona até que bem de um modo geral mas fica deveras limitado pelo erro infantil de colocar setup e payoff (resolutivos a trama) tão próximos nesta mesma segunda parte (fazendo uma enorme crise desaparecer subitamente e frustrantemente)  (suas semelhanças com o clássico The Best Of Both Worlds também são pouco lisonjeiras) ... Desde sempre lamentamos como SNW antecipa elementos da série (primariamente baseada em primeiros contatos!) seguinte na franquia (TOS). Aqui falamos dos Gorns (como esse elemento) e do passe livre que toma com a continuidade da franquia... (Temos uma espécie de culminância com relação a história pessoal de Pike no que tange a sua religiosidade, ainda que não saibamos muito bem como isso funciona em geral no universo ficcional de Star Trek.)
 
02 "Wedding Bell Blues": E a exploração (com viés humorístico) da vida amorosa de Spock a bordo da Enterprise de Pike já atinge aqui o seu limite de retornos minguantes (ao mesmo tempo que já ensaia um novo capítulo que parece dobrar tal aposta, infelizmente!)... A partir do momento em que Spock deseja um dia menos humilhante do que aquele que acabou de viver a um certo Mr. Mxyzptlk da vez (sem saber!), eis que o episódio piora MUITO e a presença de algum "Q" (ou seria um "Trelane" ?) se torna protocolarmente esperada (com direito ao próprio John De Lancie fazendo a voz do "pai" do manipulador onipotente da vez no supremamente derivativo em reverso desfecho baseado naquele de: The Squire of Gothos) (Elementos de Datas Day também se fazem claramente presentes no segmento)... (Atenção para a história dos Gorns que prossegue furtivamente através do segmento com Batel e Ortegas.) ("Trelane" retornará em SNW? Ele tem/terá algo a ver com a história global dos Gorns?)

03 "Shuttle to Kenfori": O arco incremental pessoal de Batel e de Ortegas (sob a perspectiva delas!) é basicamente o único lampejo desta bagunça desfocada, excessivamente tramada e que beira a paródia involuntária... (E deixa no ar que talvez as histórias com os Gorns das duas sejam em um certo sentido a mesma) ... Havia até uma possível história funcional de "busca floral" envolvendo apenas Pike, M´Benga e os tais zumbis (ou melhor ainda, um menos óbvio efeito colateral das pesquisas de hibridização e sem a presença da Enterprise em órbita), mas a volta dos Klingons de Discovery (com a presença até da infame "nave auxiliar refugada da série LEXX"), usando honra-free-style e oferecendo uma continuação a um episódio que não deveria ter uma continuação em primeiro lugar, coloca tudo a perder ... (A ênfase que posiciona Pike em circunstâncias vulneráveis, não faz bem ao personagem) ... (As táticas da Enterprise me deram saudades das de Voyager, sempre um mau sinal. E o que dizer dos penteados antecipando a cena com falta de gravidade?) ... (Una deveria ter muito mais tempo de tela nessa série do que efetivamente tem. Mais uma escolha ruim dos showrunners.)

04 "A Space Adventure Hour": A cabeça de quem propõem um episódio RAIZ DE HOLODECK DA TNG numa prequel da TOS tem que ser cuidadosamente examinada (tomaram um alvo claro em Elementary Dear Data mas obviamente vai além disso). Isso fornece a estrutura geral do segmento ... O nível da história dentro da simulação lembra a franquia Knives Out e PARECE conversar meta linguisticamente com os bastidores da franquia Star Trek, de uma maneira preguiçosa (e francamente a direção de Frakes não ajuda) que traz falta de pathos e de deslumbramento ... E por último temos a série análoga a Star Trek dentro da simulação que é apresentada como supremamente estúpida e ridícula (e ridicularizada), apesar de alguns dos personagens simulados a tratarem como algo de valor incompreendido (foi no mínimo um erro crasso apresentarem a tal série, especialmente dessa forma e na esteira de Orville e particularmente de certos segmentos: de Black Mirror e muito recentemente de Murderbot) (parecer derivativo ao parodiar a si mesmo parece um sinal claro de "fim de feira" para qualquer atração) ... Em suma: Esse episódio 3X04 é tudo menos arriscado. É  uma colagem de dezenas de episódios de holodecks de todas as épocas da franquia. E tememos que a performance de Wesley fazendo uma caricatura da de Shatner (ambos como Kirk) e o discurso da Holo-Uhura defendendo a "renovação da TOS" totalmente fora de lugar podem sair horrivelmente pela culatra entre os fãs ... (Para tentar deixar ainda mais claro o ponto sobre Wesley: recomendamos que assistam a um loop lado a lado das performances do Jimmy Smits e do Benjamin Bratt, ambos como Bail Organa... Só para fixar isso como um certo "X"... O que Wesley e o episódio fizeram foi "-X" ...) ... (Estávamos assistindo a uma aula de cinema outro dia e o professor falou do Monstroverso Clássico da Universal: começaram como franquias independentes bem sucedidas, depois decaíram fazendo crossovers entre elas e finalmente colapsaram como paródias de si mesmas... Isso pode não ter nada a ver com o atual estado da terceira era de Star Trek... Mas...) ... (Scotty muito jovem e a existência da Pelia na série são erros dos showrunners... Boa participação da Una ao final do segmento. Precisamos mais disso... E nada dos Gorns a vista, felizmente.) ... (Spock e Laan juntos obviamente é dose para Sehlat Vulcano Grávido... O que podemos dizer? Cuidado Uhura? Cuidado Una? Cuidado PELIA?) ... (Em tempo: E se levarmos a sério dramaticamente o episódio, ele serve para Laan compreender que está de fato atraída pelo Spock... Semana difícil senhores...)

05 "Through the Lens of Time": Até agora o melhor episódio da temporada. Muito a frente dos três últimos e marginalmente superior ao 3X01 ... O segmento aposta no Terror Cósmico advindo da investigação arqueológica de um sítio que remete a uma nova super civilização (há milênios esquecida) que tentou então tocar o divino (buscando a ressurreição/imortalidade e além) acessando domínios hiper dimensionais (4D , 5D , 6D etc.) e lá encontrando um mal ancestral no processo, mal esse formado por seres não corpóreos que continuam ativos, malévolos como nunca e ainda aprisionados em tal instalação (E sim, só faltam os tentáculos a essa história!) (E sim, é um conceito deveras derivativo. Mas executado com uma agência/urgência solenemente faltante nesta terceira temporada até aqui) ... O ponto chave do episódio se encontra numa cena na enfermaria da Enterprise quando a Híbrida Gorn Batel (movida por algo ancestral dentro dela) cai na porrada com o possuído Gamble (o alferes enfermeiro protegido de M'Benga, agora morto e animado pela entidade Vezda), confirmando uma mortal conexão ancestral Gorns versus Vezdas ou mesmo X versus Vezdas (onde X é alguma "espécie" ainda não revelada ligada aos Gorns). Esse conflito é a principal história da temporada, já unificando várias recorrências de trama até aqui (e o presente episódio inclui bastante mitologia adicional). Entretanto o segmento parece de pura preparação quanto a isso tudo, prometendo/sugerindo que o melhor ainda está por vir (lembrando a atitude já desgastada do universo Marvel/MCU) ... (O "Método de Engarrafamento de Capeta" de Scotty é engraçado demais.)  (Deixar tal Capeta no buffer do transporte parece ser uma forma ruim de antecipar uma continuação que certamente virá.) (Curiosamente, M´Benga e Scotty entendem muito de buffer de transporte) (O uso da filmagem de Beto Ortegas foi muito bom.) (Beto ter mais tempo de tela do que a sua irmã jamais teve em toda SNW é completamente absurdo.) (Pelia é completamente absurda.) (Ter três casais em um único grupo de descida é completamente absurdo.) (Pensar no tempo de tela que tais três casais vão tomar nos parcos cinco episódios restantes da temporada é um tanto deprimente.) (A "estupidez profissional do grupo de descida" vista no começo do episódio lembra muito aquela dos cientistas do filme Prometheus. Goldsman e cia. tem realmente uma fixação pela franquia Alien.) (Será que M'Benga está pensando no desaparecimento de sua filha ao final do episódio?)

06 "The Sehlat Who Ate Its Tail": (I) A principal crítica aqui é a crítica direta a existência do próprio segmento, um relato (agora fixado canonicamente) do primeiro comando (em meio a uma grave crise) de Kirk... É completamente errado Pike ser convidado na sua série,  Una ser convidada na sua série e Spock ser destaque na sua série para servir de escada para Kirk na cena chave do presente episódio... E Paul  Wesley não ajuda a vender esse peixe... Não vemos engrenagens de raciocínio rodando acima da cabeça dele, vemos (por outro lado) sombras de vacuidade nos seus olhos, vemos alguém que projeta "velho" (para o contexto) e que aparentemente fez algum tipo de Mobral de Comando de Nave Estelar agora exercendo a função pela primeira vez...Ou seja, não vemos Kirk na presente realização (e mesmo uma realização deveras positiva do personagem teria dificuldade em defender a existência dessa hora de TV pelo já exposto)... (II) Por outro lado, a maior crítica "por dentro" tem a ver com a reviravolta do final: (i) O envio de tal nave geracional terrestre parece abalar o nosso entendimento do cânone de Star Trek do século XXI (parece até mesmo reescrevê-lo), (ii) essa nave passar desapercebida do conhecimento humano/federado por tanto tempo (e vice-versa) é difícil de engolir e (iii) o seu absolutamente inexplicável tamanho e poder. Não que o visual absurdamente over the top da nave agressora (que vamos chamar carinhosamente doravante de Snaggletooth como o mascote da banda MotorHead) ajude muito aos trabalhos... E obviamente o tom geral dos embates farofentos com Snaggletooth aliados aos "Telefones de Pelia" (sempre ela!) colide frontalmente com o final que busca a todo custo "Um grande momento Trekker" (TM). Que bagunça! ... Sem surpresas ainda assim se acumulam sobre tudo isso situações artificiais que procuram preservar a mencionada reviravolta até o último minuto e potencializar a narrativa do primeiro comando de Kirk, mas essas até parecem menos importantes frente as duas principais relacionadas que já ferem mortalmente o episódio... E sim, os tentáculos que pedimos no episódio passado chegaram com força... Esse Goldsman é um demônio! 

07 "What is Starfleet?" : Talvez abandonando completamente o conceito de documentário dentro do universo por apenas (e só se assim quisessem muito por não ser estritamente necessária) uma direção com técnicas documentais e contar propriamente a história da criatura senciente tornada arma para defender uma sociedade a beira do colapso frente a um esforço de guerra que vai muito mal, tivéssemos tido um episódio provavelmente não muito original em Jornada mas com certeza melhor do que esse e (pasmem) com mais possibilidades de dizer REALMENTE algo sobre a Frota Estelar (já que teríamos obviamente informações que nos permitiriam entender as ordens do Comando que via de regra não são escondidas da audiência em Star Trek)... Ficamos com um episódio não muito bem resolvido na execução do seu escolhido formato e com um formato que não ajuda a contação da mencionada história subjacente.

Começar o documentário lançando dúvidas sobre a Organização Frota Estelar e depois apresentar uma mudança de opinião vendo os atos dos oficiais é um caminho rotineiro e previsível e não carece da inserção de problemas pessoais do documentarista (mal resolvido com relação a ida da sua irmã para a Frota), que protagoniza um arco dramático tradicional que é captado e montado dentro do documentário, quebrando o encanto da formato. Seria fácil embutir tais coisas nas falas da piloto da Enterprise, sem sujar o formato... Aqui não acreditaram muito na própria escolha... Lastimável!

Algumas perguntas ainda sobre o formato: Existe uma audiência dentro do universo ficcional para esse filme? Se para a nossa audiência a premissa é uma falácia lógica, que dirá para a população federada (ao menos no seu núcleo populacional)... Quando "caiu" no universo a confidencialidade do documentário? Quando ele  "passou" dentro do universo? Por que não aproveitar os materiais "filmados" em outros episódios da terceira temporada, especialmente a morte do alferes enfermeiro, literalmente nas barbas de Beto? (Assim como não incluíram vários pontos óbvios de continuidade do Kirk da TOS no episódio passado) ( Estranha essa opção por sub continuidade em 2025 com os acontecimentos literalmente batendo na cara basicamente) (E por que não pegar "no pé" 
dos outros personagens além de M'Benga?)... O  que aconteceria com Beto se ele estivesse filmando em meio a crise da Seção31 da segunda temporada de Discovery? Os poderes criativos da Terceira Era estão interessados em perguntas como essa última?

(Ainda existe crédito de vaidade no século XXIII e justo para Umberto Ortegas. Oh Boy!)

(Não que achemos que Beto devesse existir em primeiro lugar em uma série já tão cheia de personagens e com apenas dez episódios por temporada. E como a narração dele  aqui é ruim... E a sua irmã continua uma personagem esquecida pela produção, no melhor estilo Travis MayWeather.)

(A coisa do emparelhamento do Beto com a Uhura é algo desnecessário para a presente história... Mataram a amiga da Uhura fora de tela mas esqueceram o mencionado enfermeiro vítima da entidade Vezda... Mais sub continuidade.)

(E como esse emparelhamento Beto & Uhura domina o episódio... Inclusive a Uhura tomar a frente do Spock em uma conexão telepática com a criatura é fruto disso.)
 
(Onde será que estavam todas essas câmeras de CCTV em inúmeros episódios anteriores da franquia que precisavam da sua não existência para funcionar nos seus temos?)

(Como será que eles fazem com tantas câmeras de CCTV quando tem que recorrer a alguma "diplomacia cowboy"? O que será que fizeram no episódio 3X03 por exemplo?)

(Por que o codinome de M'Benga não é confidencial e as missões dele são listadas nominalmente porém com específicos classificados?)
 
(De todo modo, o melhor uso de continuidade se dá com o médico chefe da Enterprise.)

(E Spock X Laan está progredindo. Infelizmente!)

(Pelia sumiu, graças a Deus! E Batel ainda não virou Gorn.)

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