quinta-feira, 29 de agosto de 2013

GUITARRISTAS PESADOS

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Em ordem cronológica aproximada...
 
01 Tony Iommi
02 Ritchie Blackmore
03 Andy Powell  & Ted Turner
04 Brian May
05 Michael Schenker
06 K. K. Downing & Glenn Tipton
Uli Jon Roth & Rudolf Schenker
08 Brian Robertson  & Scott Gorham
09 "Fast" Eddie Clarke
10 Wolf Hoffmann
11 Graham Oliver & Paul Quinn
12 Randy Rhoads
13 Brian Tatler
14 Dave Murray  & Adrian Smith
15 Hank Shermann  & Michael Denner
16 Vivian Campbell
17 James Hetfield  & Kirk Hammett
18 Jeff Hanneman & Kerry King
19 Scott Ian19 Dan Spitz
20 John Sykes
21 Rick Wartell & Bruce Franklin
22 Kai Hansen  & Michael Weikath
23 Dave Mustaine & Marty Friedman
24 Andreas Kisser
25 Jim Martin
26 Dimebag Darrell

27 Fredrik Thordendal27 Mårten Hagström

28 Chuck Schuldiner & Paul Masvidal

29 Michael Amott & Christopher Amott

30 Daron Malakian

01 Tony Iommi

E mais outros nomes (incluindo representantes do rock progressivo e afins que mesmo assim influenciaram o rock pesado) (20): Robert Fripp , Jeff Beck , Gary Moore , Steve Morse , Alex Lifeson ... Rik Emmett ... Mick Abrahams , Martin Barre , Mick Box & Ken Hensley , Neal Schon ,  Kerry Livgren  & Rich Williams , Chris DeGarmo & Michael Wilton , Jim Matheos ,  Criss Oliva , Alex Skolnick , Al Pitrelli , Steven Wilson , Adam Jones , Mikael Åkerfeldt (& Fredrik Åkesson)  , Devin Townsend.
 
E ainda outros nomes (incluindo representantes do rock progressivo e afins que mesmo assim influenciaram o rock pesado) (20):  Jake  E. Lee , Zakk Wylde ... Joe Bonamassa ... John Norum , Matthias Jabs ,  Doug Aldrich , Slash , Pat Travers & Pat Thrall , Angus & Malcolm Young , Peter Frampton & Steve Marriott , Micky Moody & Bernie Marsden , Mel Galley , Tony Bourge , Donald Roeser ... Tommy Vetterli  , Larry LaLonde , Robb Flynn  ... Willie Adler & Mark Morton ... Brent Hinds & Bill Kelliher... GRUNGE GUYS (Jerry Cantrell , Kim Thayil , Kurt Cobain , Mike McCready + Stone Gossard).

Mais respeito do que admiração (podem ignorar esta seção quando na procura pelos nossos favoritos) (20): Paul Kossoff , Mick Ralphs , Peter Green , Eric Clapton , Duane Allman , Jimi Hendrix , Yngwie J. Malmsteen , Paul Gilbert , Jimmy Page , Joe Satriani ,  Steve Vai , Eddie Van Halen , Stevie Ray Vaughan  , Andy LaRocque  ,  Michael Romeo  ,
John Petrucci , BumbleFoot , Timo Tolkki , Chris Broderick , Jeff Loomis ...   
 

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BANDAS PESADAS
 
01 Black Sabbath
02 Deep Purple + Rainbow
03 Wishbone Ash
04 Queen
05 UFO + MSG
06 Judas Priest
07 Scorpions
08 Thin Lizzy
09 MotorHead
10 Accept
11 Saxon
12 OZZY
13 DiamondHead
14 Iron Maiden
15 Mercyful Fate & King Diamond
16 DIO
17 Metallica
18 Slayer
19 Anthrax
20 Trouble
21 Helloween
22 Megadeth
23 Sepultura
24 Faith No More
25 Pantera
26 Meshuggah
27 Death & ControlDenied
28 Carcass & Arch Enemy
29 System Of A Down
30 Mastodon
 

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sábado, 30 de junho de 2012

CLOCKWORK ANGELS (2012)

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“Clockwork Angels (2012)”  [****]

O Rush retorna ao melhor da sua forma (da fase clássica que vai de 2112 até Moving Pictures), em um lançamento que mistura um cenário steampunk (estética que serve de inspiração para o primeiro álbum inteiramente conceitual da banda), temas universais, composições de consistente excelência individual (e de inegável somatório coesivo) e uma cristalina confiança em todo o processo da produção, algo que só chega com a definitiva maturidade. 

A estética steampunk é perfeita para os trabalhos. Em um mundo onde o passado e o futuro parecem coexistir, fica impossível ignorar o presente, o “melhor dos tempos”. A jornada do protagonista de Clockwork Angels é uma fascinante metáfora para a vida de qualquer indivíduo, desde o momento em que se percebe capaz de pensar o mundo e (talvez) modificá-lo, até o ponto em que se nota (talvez) não ser capaz de fazê-lo por muito mais tempo. Os poderes de Peart, enquanto escritor, nunca estiveram tão evidentes (especialmente na segunda metade do álbum), com rigoroso senso estrutural e não se rendendo as maravilhas do fantasioso mundo subjacente. Aqui, O Professor simplesmente dá aula de ficção especulativa.

Nada mais justo que uma imensa influência sessentista em todas as composições. Berço histórico do álbum conceitual de rock e do rock progressivo e, mais do que tudo, da adolescência do trio canadense. Isso é algo que sempre esteve presente na música do Rush, mas que aqui comparece com uma renovada urgência e uma palpável pureza, transcendendo tudo que a banda fez anteriormente nesse sentido.

Com a chegada da definitiva maturidade da banda, a preocupação composicional caiu fortemente sobre o essencial: ênfase em grooves de bateria e de baixo, solos de guitarra mais naturais, vocais que procuram fugir das convenções típicas do rock, passagens instrumentais que soam como improvisações e mesmo (surpreendentemente inspirados e não pomposos) arranjos de cordas e de piano que de fato contribuem para a desejada organicidade. Sendo impossível não mencionar, nisso tudo, o estupendo produtor Nick Raskulinecz, o principal responsável por fazer o álbum fluir tão bem (com aparente inesgotável energia) e dar a necessária autossuficiência a cada canção.

Faixa a Faixa

Caravan (09/10) Começo da viagem do protagonista, com a atmosfera de válvulas de alívio de vapor funcionando como perfeita metáfora para a excitação a flor da pele típica da juventude.

“In a world where I feel so small
I can’t stop thinking big”

A sua seção instrumental parece uma continuação da vibração de Malignant Narcissism ( do álbum anterior ), com uma atitude extremamente funkeada, capaz de entortar qualquer pescoço.

Brought Up To Believe I (08/10) Introdução da principal preocupação existencial do protagonista, descrita com ironia e sarcasmo típicos dos mais jovens (fãs de rock?). Apresentação de mais um personagem, O Relojoeiro, o máximo regente daquela terra (e o foco do conflito heroico). Monstruoso riff de introdução e um pesado riff de verso. O primeiro refrão com melodia sessentista do álbum e um belíssimo pós-refrão em que essa melodia se desenvolve organicamente até um natural clímax (algo que irá se repetir em outras faixas).

“Until our final breath
The joy and pain that we receive
Must be what we deserve
I was brought up to believe”

Clockwork Angels (10/10) Faixa mais progressiva do álbum (e a mais progressiva da banda em mais de 30 anos). Uma abertura (rock operística) clássica que sugere os temas que serão tocados (com espetacular sucesso cinemático) durante toda a duração: verso com a guitarra (bastante) limpa e cantado no contratempo (em grande momento vocal de Lee), capturando o deslumbramento do protagonista em meio a Praça Cronos, ponte dinâmica e bastante sincopada, emulando o frenesi da grande cidade capital da história e um refrão em que os vocais e os tambores se combinam para evocar o clima comunal e a prece destinada aos titulares Anjos Mecânicos.

“Clockwork angels, spread their arms and sing
Synchronized and graceful, they move like living things
Goddesses of Light, of Sea and Sky and Land
Clockwork angels, the people raise their hands... As if to fly”

Após o belo solo de Lifeson, ocorre uma inesperada seção vanguardista (blues!?), cuja aspereza contrasta absurdamente com a polidez do restante da faixa, especialmente quando a sua última linha é repetida no retorno de tal passagem, o que sublinha a dúvida do protagonista (e a acidez de Peart).

“ 'Lean not upon your own understanding'
Ignorance is well and truly blessed
Trust in perfect love, and perfect planning
Everything will turn out for the best”

The Anarchist (9/10) Uma curiosa estrutura, onde todo o arranjo é passado uma vez inteira sem voz (ou algo assim) e recomeça com a guitarra solitária. Incrível levada de Peart sobre os tons (é a levada da ponte, mas é variadamente tocada também como introdução), uma inspirada harmonia para o refrão que simplesmente grita “RUSH!” (mas que soa fresca e dinâmica), outro pós-refrão interessante que conduz a um espetacular solo de Lifeson com influência oriental, do qual retornam gritando (confiantemente) ainda mais “RUSH!”. A faixa é cantada sob o ponto de vista de outro personagem, O Anarquista, mas os temas permanecem absurdamente universais.

“The lenses inside of me that paint the world black
The pools of poison, the scarlet mist, that spill over into rage
The things I’ve always been denied
An early promise that somehow died
A missing part of me that grows around me like a cage”

Carnies (7/10) A mais fraca do álbum. Com bons momentos, mas que não se faz maior do que a soma das suas partes. As coisas realmente ruins são a emasculada parte de guitarra do refrão (algo que chega a ser incompreensível depois do belo riff de abertura e que simplesmente mata o refrão que surge após o clímax ao final da ponte) e a tradicional levada em paradiddle de Peart para a parte seguinte (que soa surrada e destoa do frescor que ele traz para o restante do material). Entretanto, o maior problema aqui é mesmo a fragilidade do incidente narrado (o protagonista evita um ataque a bomba do anarquista, mas, vítima das circunstâncias, tem que deixar a cidade as pressas, com medo da multidão furiosa) e a letra que não parece ir além disso, seja lá o modo que se olhe para ela.

Halo Effect (7/10) A simplicidade dessa balada recupera o fluxo das composições e sugere um possível início de amadurecimento por parte do protagonista, reconhecendo o dilema de se projetar um ser idealizado sobre um de carne e osso (o que não se resume a relacionamentos românticos). A posição da canção no álbum também parece adequada dentro da história, soando de modo natural ele refletir sobre o seu mal sucedido caso com uma acrobata, com quem trabalhara no parque de diversões referido na canção anterior, durante o seu forçado exílio.

“What did I see?
Fool that I was
A goddess, with wings on her heels
All my illusions
Projected on her
The ideal, that I wanted to see

Seven Cities Of Gold (9/10) A atmosfera da titular cidade perdida é muito melhor capturada do que foi a do titular parque de diversões de Carnies. Algo muito simples, mas extremamente bem feito. Tal atmosfera de improviso flui fantasticamente, até a última microfonia da guitarra de Lifeson, sem nunca quebrar o seu exótico encanto. Obviamente não devemos tomar a busca pela mítica cidade pelo seu valor de face, com o protagonista completamente perdido fisicamente no deserto. A imagem da imensidão gelada sugere metaforicamente um estado depressivo e mesmo suicida.

The nights grow longer, the farther I go
Wake to aching cold, and a deep Sahara of snow”
That gleam in the distance could be heaven’s gate
A long- awaited treasure at the end of my cruel fate”

The Wreckers (10/10) A melhor canção de rock em recente memória. A captura da essência da própria beleza. Talvez a melhor performance vocal da carreira de Lee. Dominada pela simplicidade, não existe sequer ponte, pois eles tinham a absoluta confiança que a mera sugestão do refrão já arrepiaria até a alma. A seção pós-refrão é cinematicamente indescritível, orgástica até. Faltou somente um solo final de Lifeson, que esperamos ver e ouvir na versão ao vivo da faixa. Nosso herói conseguiu retornar do deserto gelado somente para ser ainda mais maltratado por Peart, tornando-se o único sobrevivente (de toda a tripulação do navio em que conseguira carona) do ataque dos titulares saqueadores (que atraíram sua presa simulando um porto seguro em meio a tempestade). É clara a metáfora, mais uma vez sobre percepção (com elementos de medo e esperança se conectando a fé do protagonista), mas é impossível não sublinhar o fato que somente ele sobreviveu (Selena e Jackie).

All I know is that sometimes you have to be wary
Of a miracle too good to be true
All I know is that sometimes the truth is contrary
Everything in life you thought you knew
All I know is that sometimes you have to be wary
’Cause sometimes the target is you
All I know is that memory can be too much to carry
Striking down like a bolt from the blue

Headlong Flight (10/10) Mais importante do que sobreviver é querer continuar a viver. Justapondo citações musicais da clássica Bastille Day com o protagonista revivendo as memórias de sua vida ( algo inspirado dentro da história por um certo “Alquimista” chamado “Friedrich Gruber” que dizia: “Eu queria poder fazer tudo isto de novo.” ), temos um fascinante uso de metalinguagem e o momento mais emocionante do álbum. A faixa é simplesmente maravilhosa, com o hipnótico riff de baixo de Lee, a selvageria minimalista de Peart e o eletrizante solo (com direito a Wah-Wah) de Lifeson.

I learned to fight and learned to love and learned to steal
I wish that I could live it all again”

Brought Up To Believe II (10/10) Talvez a faixa mais vanguardista da história da banda, em outro grande momento vocal de Lee. Mesmo rejeitando a fé advinda do que lhe foi ensinado nos seus anos de infância, o protagonista confessa a si mesmo que vê nela a base para a sua remanescente crença no ato de dar e receber amor.

I still choose to live
And give, even while I grieve
Though the balance tilts against me
I was brought up to believe”

Wish Them Well (10/10) Musicalmente na linha de The Wreckers, com rearranjo de partes como visto em The Anarchist. Extrema confiança composicional, excelente seção instrumental e mais um belo pós-refrão, como viemos a esperar nesta segunda metade do álbum. Nosso herói decide que para continuar com a sua vida ele deve deixar completamente para trás as pessoas que o prejudicaram de algum modo e seguir em frente, simplesmente desejando boa sorte e partindo (e nada mais). Apesar do ar sombrio da faixa anterior, Peart dá um final feliz ao seu protagonista (Carrie e Olivia).

Thank your stars you’re not that way
Turn your back and walk away
Don’t even pause and ask them why
Turn around and say goodbye”

The Garden (10/10) Uma das melhores músicas da carreira da banda, exalando atmosfera rock progressiva setentista, porém com tocante simplicidade. Talvez a melhor letra de Peart, brincando com os múltiplos níveis de entendimento já estabelecidos (e com o próprio tempo) de maneira inspirada, resumindo a real grandeza de “todos os possíveis mundos”. Se esta for mesmo a despedida da banda em estúdio, fica difícil imaginar algo mais adequado. E de volta ao início na fazenda... Finding My Way To The Garden.

The measure of a life is a measure of love and respect
só hard to earn, so easily burned
In the fullness of time
A garden to nurture and protect”
 
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sexta-feira, 19 de agosto de 2011

DEATH (1997-1999)

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01 - (1987) Scream Bloody Gore [**1/2]
02 - (1988) Leprosy [**1/2]
03 - (1990) Spiritual Healing [***]

04 - (1991) Human [****]
05 - (1993) Individual Thought Patterns [****]
06 - (1995) Symbolic [****]
07 - (1998) The Sound Of Perseverence [****]

08 - (1999) Control Denied: The Fragile Art Of Existence [****]
 
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Voz: Chuck Schuldiner (01-07) , Tim Aymar (08). 
 
Guitarra: Chuck Schuldiner.
 
Guitarra: Rick Rozz (02) , James Murphy (03) , Paul Masvidal (04) , Andy LaRocque (05) , Bobby Koelble (06) , Shannon Hamm (07, 08).
 
Bateria: Chris Reifert (01) , Bill Andrews (02, 03) , Sean Reinert (04) , Gene Hoglan (05, 06) , Richard Christy (07, 08).
 
Baixo: Chuck Schuldiner (01, 02) , Terry Butler (03) , Steve DiGiorgio (04, 05, 08) , Kelly Conlon (06) , Scott Clendenin (07).

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quarta-feira, 10 de agosto de 2011

RUSH (1974-2012)

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(1974) Rush [**]
(1975) Fly By Night [***]
(1975) Caress Of Steel [***]
(1976) 2112 [****]
(1976) All The World's A Stage - LIVE 76 [****]

(1977) A Farewell To Kings [****]
(1978) Hemispheres [****]
(1980) Permanent Waves [****]
(1981) Moving Pictures [****]
(1981) Exit... Stage Left - LIVE 80+81 [****]

(1982) Signals [***1/2]
(1984) Grace Under Pressure [**1/2]
(1985) Power Windows [**1/2]
(1987) Hold Your Fire [**]
(1989) A Show Of Hands - LIVE 86+88 [***]

(1989) Presto [**]
(1991) Roll The Bones [**]
(1993) Counterparts [***]
(1996) Test For Echo [**]
(1998) Different Stages - LIVE 78+94+97 [****]

(2002) Vapor Trails [**1/2]
(2007) Snakes & Arrows [***]
(2012) Clockwork Angels [****]

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Voz, Baixo e Teclado: Geddy Lee.
Guitarra: Alex Lifeson.
Bateria: Neil Peart (02 Fly By Night - 23 Clockwork Angels) , John Rutsey (01 Rush).

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Claro! Vamos explorar a era de ouro inicial do Rush, um período de evolução artística vertiginosa que os transformou de mais uma banda de hard rock em um dos grupos mais progressivos, técnicos e admirados do mundo. A presença do produtor Terry Brown foi, sem dúvida, o catalisador que permitiu que essa transformação acontecesse.

### **O "Quarto Membro": Terry Brown ("Broon")**

Antes de mergulharmos nos álbuns, é crucial entender o papel de **Terry Brown**. Produtor e engenheiro de som, Brown foi muito mais do que um simples técnico. Ele foi:
*   **Um Arranjador:** Contribuía com ideias para estruturas de músicas, harmonias vocais e camadas de instrumentos.
*   **Um Mentor Musical:** Introduziu a banda a artistas progressivos como Yes e Genesis, expandindo seus horizontes musicais.
*   **Um "Ouvido" Crítico:** Funcionava como um filtro objetivo para as complexas ideias do trio, ajudando a moldá-las em composições coesas.
*   **Um Criador de Atmosferas:** Sua expertise em engenharia de som foi fundamental para criar a sonoridade clássica do Rush desse período – limpa, poderosa e cheia de texturas.

A assinatura "Produced by Rush and Terry Brown" era uma admissão tácita de sua importância vital para o som da banda. Sua saída em 1982 marcou o fim de uma era definitiva.

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### **Análise Álbum a Álbum (1974-1982)**

#### **1. Rush (1974)**
*   **Contexto:** Álbum de estreia, ainda com John Rutsey na bateria. Financeiramente, um fracasso inicial.
*   **Som:** Hard rock cru, pesado e bluesy, muito influenciado por Led Zeppelin. A voz de Geddy Lee é extremamente aguda e gritada.
*   **Destaques:** "Working Man" se tornou um hino não intencional da classe trabalhadora e, crucialmente, chamou a atenção de rádios de Cleveland, que impulsionaram a carreira da banda. "Finding My Way" é uma abertura energética.
*   **Comentário:** Um álbum sólido para sua época, mas que não hintava a grandiosidade que estava por vir. A banda ainda não havia encontrado sua voz única. Terry Brown não estava envolvido (o produtor foi David Stock).

#### **2. Fly by Night (1975)**
*   **Contexto:** A grande virada. Neil Peart substitui Rutsey, trazendo consigo uma técnica percussiva revolucionária e, mais importante, as letras. O foco muda de "rock and roll" para conceitos filosóficos e literários.
*   **Som:** Ainda enraizado no hard rock, mas com ambições maiores. As músicas são mais longas e complexas.
*   **Destaques:** A épica "By-Tor & the Snow Dog" é a primeira incursão na música narrativa e prog. "Anthem" (inspirada em Ayn Rand) e a cativante "Fly by Night" definem o novo caminho.
*   **Comentário:** O álbum de estreia do *verdadeiro* Rush. A química do power trio com Peart é instantânea. Terry Brown assume a produção e imediatamente impõe um padrão de clareza sonora.

#### **3. Caress of Steel (1975)**
*   **Contexto:** O "álbum arrogante". A banda, encorajada pela liberdade artística, mergulhou de cabeça no prog, criando duas longas suites.
*   **Som:** Experimental, sombrio e desafiador. Um disco de transição que confundiu fãs e a gravadora.
*   **Destaques:** "The Fountain of Lamneth" (uma suite de 20 minutos sobre a vida) e "The Necromancer" (fantasia épica em três partes) são ambiciosas, mas talvez não totalmente realizadas. "Lakeside Park" é um respiro mais acessível.
*   **Comentário:** Um fracasso comercial que quase lhes custou a carreira, mas um passo *necessário*. Eles aprenderam a equilibrar ambição e coesão. Brown os apoiou incondicionalmente nesta empreitada arriscada.

#### **4. 2112 (1976)**
*   **Contexto:** O "all-or-nothing". A gravadora deu-lhes uma última chance. A resposta foi uma obra-prima que definiu sua carreira.
*   **Som:** A fusão perfeita do poder do hard rock com a complexidade do rock progressivo. Monumental, dramático e incrivelmente bem executado.
*   **Destaques:** A suite-título "2112" (20 minutos) é uma narrativa distópica anti-autoritária inspirada em Ayn Rand, tornando-se a pedra angular de seu catálogo. O Lado B tem pérolas como "A Passage to Bangkok" e "The Twilight Zone".
*   **Comentário:** Não foi apenas um sucesso; foi uma declaração de princípios. Salvou a banda e conquistou uma legião de fãs devotos. A produção de Brown é impecável, dando a cada instrumento seu espaço no vasto panorama sonoro.

#### **5. A Farewell to Kings (1977)**
*   **Contexto:** Com a liberdade conquistada, o Rush refinou sua fórmula, incorporando novos instrumentos e texturas.
*   **Som:** Mais atmosférico e melódico. Introdução prominente de sintetizadores (Minimoog), guitarra acústica de 12 cordas e até mesmo um pouco de sintetizador bass pedals (pedais de baixo sintetizado).
*   **Destaques:** "Xanadu" (uma jornada de 11 minutos baseada no poema *Kubla Khan*) é uma masterclass em dinâmica e virtuosismo. "Closer to the Heart" mostrou que eles podiam escrever hits prog. "Cygnus X-1" inicia uma saga que continuaria no próximo álbum.
*   **Comentário:** A maturação do som. Brown é essencial aqui, integrando os novos elementos de forma orgânica, sem perder o peso do power trio.

#### **6. Hemispheres (1978)**
*   **Contexto:** O ápice da complexidade progressiva do Rush. Um álbum desafiador, até mesmo para eles.
*   **Som:** Denso, técnico, complexo e exaustivo. A produção de Brown atinge seu pico de clareza, permitindo que cada nota intricada seja ouvida.
*   **Destaques:** A suite-título "Hemispheres" (18 min) é uma conclusão filosófica e musicalmente intensa para "Cygnus X-1". "La Villa Strangiato" é uma "exercício de auto-indulgência" instrumental de 9 minutos que se tornou uma das músicas mais técnicas já gravadas no rock.
*   **Comentário:** Um marco técnico, mas também o fim de uma linha. A banda percebeu que não podia levar esse estilo ao extremo sem se repetir. Foi o último álbum totalmente "épico".

#### **7. Permanent Waves (1980)**
*   **Contexto:** A grande transição. O Rush abraça a concisão e a nova onda do rock sem abandonar sua essência progressiva.
*   **Som:** Mais enxuto, direto e focado em canções. Os sintetizadores tornam-se mais integrais à composição, não apenas para efeitos.
*   **Destaques:** "The Spirit of Radio" (um hino à pureza do rádio) é uma das maiores aberturas de todos os tempos, perfeita em sua fusão de energia new wave e mudanças de tempo prog. "Freewill" é outro clássico instantâneo. "Natural Science" (9 min) prova que eles ainda podiam fazer epics, mas mais condensadas.
*   **Comentário:** Um álbum revolucionário. Mostrou que era possível ser progressivo, inteligente e acessível. A produção de Brown é moderna e radiofônica, perfeita para a nova direção.

#### **8. Moving Pictures (1981)**
*   **Contexto:** A obra-prima absoluta. O equilíbrio perfeito entre o prog do passado e o novo wave do presente. Sucesso de crítica e público.
*   **Som:** Imediato, poderoso e icônico. Cada música é um single em potencial disfarçado de complexidade musical.
*   **Destaques:** "Tom Sawyer" (a música definitiva do Rush), "YYZ" (a *outra* música instrumental definitiva), "Limelight" (uma reflexão profunda sobre a fama), "Red Barchetta" (uma narrativa cinematográfica). Um lado A perfeito e impecável.
*   **Comentário:** O pináculo da carreira da banda e o auge da colaboração com Terry Brown. A produção é tão cristalina e poderosa que se tornou uma referência para engenheiros de som até hoje. Um álbum sem uma nota fora do lugar.

#### **9. Exit... Stage Left (Álbum Ao Vivo - 1981)**
*   **Contexto:** Documenta o auge da turnê *Moving Pictures* e *Permanent Waves*.
*   **Som:** Considerado por muitos como um dos melhores álbuns ao vivo de todos os tempos. A performance é impecável, quase de estúdio, mas com a energia da multidão.
*   **Destaques:** Versões definitivas de "Xanadu", "The Spirit of Radio", "Jacobs Ladder" e uma transição sublime entre "YYZ" e "Hemispheres: Prelude".
*   **Comentário:** A celebração de uma era. É o testamento do poder ao vivo do trio e do catálogo incrível que construíram com Brown até aquele ponto.

#### **10. Signals (1982)**
*   **Contexto:** O fim da era Terry Brown. Uma mudança sísmica no som, colocando os sintetizadores de Geddy Lee em posição de destaque, muitas vezes à frente da guitarra de Alex Lifeson.
*   **Som:** Atmosférico, orientado por teclados e influenciado pelo new wave, reggae e world music. Um choque para muitos fãs.
*   **Destaques:** "Subdivisions" (um hino adolescente sobre alienação suburbana) é um clássico instantâneo. "The Analog Kid" e "Digital Man" continuam a explorar o tema da tecnologia vs. humanidade.
*   **Comentário:** Um álbum brilhante, mas que marca um ponto de divisão. A banda sentiu a necessidade de evoluir além da zona de conforto que haviam criado com Brown. Após este disco, a parceria de 10 anos chegou ao fim, encerrando a primeira e mais definidora era do Rush.

### **Conclusão**

O período de 1974 a 1982 foi uma jornada incomparável de evolução musical: do hard rock básico ao ápice do rock progressivo e, finalmente, para uma forma única e concisa de art rock. **Terry Brown** foi o arquiteto sonoro fundamental dessa jornada. Sua capacidade de capturar a técnica bru tal do trio enquanto expandia seu universo musical com novas ideias e texturas foi inestimável. Ele foi, em todos os sentidos criativos, o quarto membro que ajudou a forjar a identidade do Rush clássico, tornando seus álbuns não apenas coleções de músicas, mas experiências sonoras imersivas e atemporais.
 
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terça-feira, 18 de janeiro de 2011

SUPERMAN (1996-2000)

Superman: The Animated Series (1996-2000)

A mencionada série animada do homem de aço traz um herói bastante vulnerável (em diversos sentidos) em meio a uma vibrante sucessão de desafios compatíveis. A animação é geralmente de boa qualidade e a trilha sonora é ainda melhor, conseguindo, muitas vezes, apresentar uma interessante experiência puramente cinemática para a sua jovem audiência-alvo. Sob um ponto de vista adulto, muitas das histórias soam um pouco reducionistas, ou mesmo repetitivas, algo que, de uma maneira geral, não compromete a prometida fluidez de ação e aventura, segmento a segmento, ainda que a série contenha sim elementos mais adultos diluidos e em concordância com o seu personagem titular. Salientamos ainda que algo que torna o programa bem palatável aos já crescidos é a caracterização mais confiante e segura de Clark Kent.

Um grande destaque da série (e das suas séries irmãs) é o elenco de vozes. Tim Daly (como Superman e os seus alteregos), Dana Delany (como Lois Lane), um brutal Michael Ironside (como Darkseid) e um (apropriadamente) artificial e alienígena Corey Burton (como Brainiac) são os destaques secundários a insuperável participação de Clancy Brown (como Lex Luthor). O seu elenco de vozes é ultimamente um valor de produção crucial para a atração, arredondando e dignificando situações não tão bem resolvidas pelos roteiros dos seus 54 episódios (de meia hora).

A série traz todos os clássicos personagens da vida pessoal de Clark Kent, tanto aqueles referentes a Smallville, quanto aqueles associados a Metropolis. Traz Lex Luthor como o mais presente antagonista da série e diversos convidados clássicos (tanto aliados quanto adversários) da história do Superman: Batman, Flash, Green Lantern (Kyle Ryner), Aquaman, Doctor Fate, Steel, Supergirl, Legion of Super-Heroes, Brainiac, Parasite, Bizarro, Metallo, Mr. Mxyzptlk, Lobo e Darkseid (o definitivo vilão do programa). Cada um deles apresentando alguma diferença em relação a sua respectiva versão dos quadrinhos, sempre privilegiando uma apresentação global, sem costuras. De fato, é difícil conceber uma mais completa e fiél apresentação do Superman enquanto personagem solo e sem maiores ambições vanguardistas.

A maioria dos episódios (exceto os múltiplos) é de tipo isolado, no máximo se limitando a, por exemplo, a fazer referência a alguma aparição anterior de um determinado convidado. O mais discernível arco de história é aquele que se refere ao acumulado dos episódios que tratam dos personagens do Quarto Mundo de Jack Kirby (Darkseid e cia.), o qual culmina no fantástico episódio duplo que encerra a série. Legacy é apropriadamente sombrio, onde concluimos com Kal-El como um pária para a humanidade, podendo contar apenas com Lois, Kara e os seus pais adotivos, apenas com a sua família imediata. Sua vitória sobre Darkseid é incrivelmente amarga e com um assustador subtexto para selar toda a questão. É particularmente comovente a entrevista do Professor Hamilton dizendo que talvez não pudesse mais ser seu amigo (quando já havia se tornado óbvio que isto era mesmo impossível). Algo que teria fantásticas implicações, alguns anos depois, no mesmo universo ficcional...

Superman: The Animated Series (1996-2000)

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

VOCALISTAS PESADOS

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EM ORDEM CRONOLÓGICA APROXIMADA...
 
01 Robert Plant
02 Paul Rodgers
03 Ian Gillan
04 David Byron
05 Glenn Hughes
06 Ronnie James Dio
07 Freddie Mercury
08 David Coverdale
09 Rob Halford
10 Ann Wilson
11 Steve Perry
12 Bruce Dickinson
13 Eric Adams
14 Geoff Tate
15 Michael Kiske
16 Chris Cornell
17 Mike Patton
18 Phil Anselmo
19 Devin Townsend
 20 Russell Allen
 
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ALGUNS OUTROS NOMES CLÁSSICOS (20): Ozzy Osbourne , Phil Mogg , Martin Turner & Andy Powell & Ted Turner , Lemmy Kilmister , Phil Lynott , Klaus Meine , Geddy Lee , Steve Walsh & Robby Steinhardt , Peter Frampton & Steve Marriott , Bon Scott , Biff Byford , Udo Dirkschneider , Gary Barden , King Diamond , Jon Oliva , James Hetfield , Eric Wagner , Chuck Schuldiner , Kai Hansen , Ray Alder.

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E AINDA ALGUNS OUTROS NOMES (20): Jeff Scott Soto , Hansi Kürsch , Zachary 'Zak' Stevens , Timo Kotipelto , Tim 'Ripper' Owens , Steven Wilson , Mikael Åkerfeldt , Miljenko Matijevic , Roy Khan , Midnight , Ralf Scheepers , Matt Barlow ,  Daniel Gildenlöw , Maynard James Keenan , Layne Staley & Jerry Cantrell , Serj Tankian , Jørn Lande ... GUYS FROM BRAZIL [Andre Matos , Edu Falaschi , Fabio Lione ... Nando Fernandes e Alírio Netto]  ...  John Bush ... Angela Gossow.
 
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Confiram também a nossa lista de vocalistas: aqui

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quinta-feira, 6 de janeiro de 2011

CHRISTOPHER NOLAN (1998-)

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(1998) Following [**]

(2000) Memento [****]
GF1000
 
(2002) Insomnia [**]

(2005) Batman Begins [**]

(2006) The Prestige [***]
GF2500

(2008) The Dark Knight [****]
GF1000

(2010) Inception [***1/2] 
GF1500

(2012) The Dark Knight Rises [**] 
 
(2014) InterStellar [***] GF1500
 
(2017) DunKirk [**1/2] GF3000
 
(2020) Tenet [SEM ESTRELA]
 
(2023) OppenHeimer [**1/2]

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PAUL THOMAS ANDERSON (1996-)

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(1996) Hard Eight [***]  GF4000

(1997) Boggie Nights [****] GF1000

(1999) Magnolia [****]
GF1000
 
(2002) Punch-Drunk Love [****]
GF1000

(2007) There Will Be Blood [****]
GF1000

(2012) The Master [****] GF1000

(2014) Inherent Vice [***1/2] GF2000

(2017) Phantom Thread [****] GF1000

(2019) Licorice Pizza [***] GF3500

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QUENTIN TARANTINO (1992-)

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(1992) Reservoir Dogs [****] GF1000

(1994) Pulp Fiction [****]
GF1000
 
(1997) Jackie Brown [***]
GF1500

(2003) Kill Bill I [****]
GF1000

(2004) Kill Bill II [***] GF2000

(2007) Death Proof [***]
GF2000

(2009) Inglourious Basterds [****]
GF1000
 
(2012) Django Unchained [***] GF3000
 
(2015) The Hateful Eight [**1/2] GF4000
 
(2019) Once Upon a Time in Hollywood [****] GF1000
 
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